31.12.10

616. Feliz Ano Novo!!!

Desejo a todos um Ano Novo de muitas virtudes e alguns pecados suaves e bem aproveitados.

Rubem Braga

30.12.10

615. As ideias governam o mundo

SÓCRATES: Ora, vamos, Protágoras, revele-me também essa parte de sua mente; qual a sua posição com relação ao conhecimento? Você concorda com a maioria nisso também ou pensa diferente? A opinião da maioria quanto ao conhecimento é que ele não é algo poderoso, capaz de controlar e governar um homem; eles não o vêem desse modo em absoluto, mas julgam que frequentemente um homem que possui conhecimento é governado não por este mas por alguma outra coisa, em um caso a paixão, em outro o prazer, em outro a dor, às vezes a luxúria, muito comumente o medo; eles só vêem o conhecimento como um escravo que é arrastado para lá e para cá pelo resto. Então, você tem uma opinião semelhante com respeito ao conhecimento ou pensa que ele é algo excelente que pode governar um homem e que, se alguém souber o que é bom ou mau, jamais será conquistado por coisa alguma de modo a agir de outra maneira que não a ditada pelo conhecimento? De fato, que a inteligência é salva-guarda suficiente para um homem?

Platão

29.12.10

614. Sobre a verdade

Os deuses não revelaram aos homens desde o início todas as coisas; mas por meio da procura eles com o tempo encontraram o melhor. (…) Pois jamais houve nem haverá quem possua a verdade plena sobre os deuses e sobre todas as coisas das quais eu falo. E, mesmo se, por acaso, um homem conseguisse expressar a verdade inteira, ainda assim ele próprio não se aperceberia disso. A opinião tudo permeia.

Xenófanes

25.12.10

610. É NATAL! BIMBALHAM OS SINOS!!!

Neste Natal, vamos agradecer àquele que veio nos salvar… o décimo-terceiro salário!!!

Planeta Diário

24.12.10

609. O segundo sexo

Pelo jeito que a coisa vai, em breve o terceiro sexo estará em segundo.

Stanislaw Ponte Preta

23.12.10

608. Diferença

A diferença entre o Cyborg e o Frankenstein é que o primeiro foi operado pela Nasa e o segundo pelo INAMPS.

Fred Coutinho

22.12.10

607. É o submarino!!!

Casamento é como um submarino: pode até boiar, mas foi feito pra afundar.

Parachoque de caminhão

21.12.10

20.12.10

605. “Precisão”

Gosto e preciso de ti

Mas quero logo explicar

Não gosto porque preciso

Preciso sim, por gostar.

Mário Lago

19.12.10

604. O invisível

As coisas importantes são invisíveis para os olhos; só se vê bem com o coração.

Antoine de Saint-Exupéry

18.12.10

603. Amigo é coisa…

As pessoas entram na nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.

A. Destoef

17.12.10

602. A pessoa sexualmente madura

A pessoa sexualmente madura não é nem sofisticada nem esmagada pelo peso da culpa sexual. Não é performer. Seu comportamento sexual é uma expressão direta de seus sentimentos e vivência. Não é uma perfeição, tampouco uma farsa.

Alexander Lowen

14.12.10

599. É coisa certa!

Apenas uma coisa é certa – nada é certo. Se esta afirmação é verdadeira, é também falsa.

Anônimo

13.12.10

598. A morte é do bem

Não há mal que seja nobre; mas a morte é nobre; portanto, a morte não é do mal.

Citium Zeno

12.12.10

597. O mundo que nos aterroriza

Num mundo que nos aterroriza, ratificamos aquilo que não nos ameaça.

David Mamet

11.12.10

596. De dúvidas e certezas

Se começamos com certezas, terminamos na dúvida; mas se nos contentamos em começar com dúvidas, terminamos na certeza.

Francis Bacon

10.12.10

595. As pessoas felizes

As única pessoas realmente felizes são as mulheres casadas e os homens solteiros.

H. L. Mencken

9.12.10

594. O mentiroso

Um mentiroso conta suas histórias tantas vezes que acaba por acreditar nelas.

Anônimo

8.12.10

593. Nosso poder

Nosso poder não está tanto em nós como através de nós.

Harry Emerson Fosdick

7.12.10

592. Knife, cuts like a knife…

Os contratempos são como facas: eles podem nos servir ou nos cortar dependendo se os pegamos pelo cabo ou pela lâmina.

James Russell Lowell

6.12.10

591. O caminho da alvorada

Não se pode alcançar a alvorada salvo pelo caminho da noite.

Khalil Gibran

5.12.10

590. Das blasfêmias

As blasfêmias proferidas em estado de angústia correspondem às orações.

Roy Hodgson

4.12.10

589. A prece

Quando os deuses querem nos punir, respondem às nossas preces.

Oscar Wilde

3.12.10

588. Deus e a alegria

O que mais o Criador pode ver com tanto prazer do que uma criatura alegre?

Gotthold Ephraim Lessing

2.12.10

587. Deus criador

Para onde quer que eu volte o olhar,

imenso Deus, te vejo;

nas tuas obras te admiro,

reconheço-me em mim.

A terra, o mar, as esferas

falam do teu poder: és para tudo;

e nós todos vivemos em ti.

Pietro Metastasio

1.12.10

586. Deus, este desconhecido

Deus é o único ser que, para reinar, nem precisa existir.

Charles Baudelaire

30.11.10

585. Choque de ideias

Assim como um juiz não pode sentenciar em um juízo até haver escutado as duas partes, assim o homem que estuda a filosofia julga melhor se observa o choque de ideias, como o de dois adversários em luta.

São Tomás de Aquino

29.11.10

584. Por que aprender?

Deve-se aprender apenas para a própria edificação ou para ser útil aos outros; o saber pelo saber é apenas uma vergonhosa curiosidade.

São Bernardo

28.11.10

583. Os livros, nossos amiguinhos

Os livros são nossos deleites e nossa riqueza em tempo de paz, nossas armas ofensivas e defensivas em tempos de guerra, nosso alimento quando estamos famintos e nossa medicina quando estamos doentes.

São Hugh de Lincoln

27.11.10

582. Fé e ciência

A fé faz viver o justo, mas é bom adicionar-lhe a ciência.

Papa Silvestre II (999/1003)

25.11.10

24.11.10

579. Momento Millôr - VI

A campainha da porta, que toca quando o dono da casa não está em casa, talvez anuncie a visita do adultério.

23.11.10

578. Momento Millôr – V (Não parece que está falando do Lula?)

Afinal de contas a admiração é filha da maturidade, que traz o reconhecimento das qualidades alheias, ou da babaquice, que nos faz abrir a boca diante de qualquer idiota mitificado ou espertalhão mistificador?

22.11.10

577. Momento Millôr - IV

Administrador acima de qualquer suspeita é o que só dá golpe na em­
presa quando há lucros extraordinários.

21.11.10

20.11.10

575. Momento Millôr - II

A sociologia burocrática é uma atividade tão perniciosa quanto a psicanálise astrológica ou a cirurgia espírita.

19.11.10

574. Momento Millôr - I

Amanhã vai ser um dia esplêndido, mas não sei se melhor do que ontem – como dizia o adivinho desmemoriado.

18.11.10

573. De “Os Trabalhadores do Mar” - II

A fé tem uma estranha necessidade de forma. Daí vem as religiões. Nada é tão opressivo como uma crença sem delineamento.

Victor Hugo

15.11.10

570. O tédio, grande inventor

Quase todos os homens vivem inconscientemente no tédio. O tédio é o fundo da vida, foi o tédio que inventou os jogos, as distrações, os romances e o amor.

Miguel de Unamuno

14.11.10

569. O tirano de todas as almas

O aborrecimento, esse triste tirano de todas as almas que pensam, contra o qual a sabedoria pode menos do que a loucura.

George Buffon

13.11.10

568. Guia

O aborrecimento entrou no mundo pela mão da preguiça.

Jean de La Bruyère

12.11.10

567. Custo e benefício

Há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos.

Jules Renard

9.11.10

565. Tá dominado!

Quem não dispõe de reservas em si próprio, é assaltado pelo aborrecimento que o espreita e em breve o dominará.

Alain

7.11.10

563. Aborrecer e ser aborrecido

Perdoamos com facilidade àqueles que nos aborrecem, mas não conseguimos perdoar àqueles a quem aborrecemos.

François La Rochefoucauld

6.11.10

562. Do abandono - II

Se os outros me abandonam é porque devo estar a aproximar-me do essencial.

Casimiro Brito

5.11.10

561. Do abandono - I

Abandonando nobremente quem nos deixa, colocamo-nos acima de quem perdemos.

Madame de Stael

4.11.10

560. Quantos administradores são necessários para se trocar uma lâmpada?

Um administrador administra, três administradores procuram os meios de administrar, cinco administradores discutem o programa de administração e sete administradores apenas batem papo.

Paul Lafitte

3.11.10

559. A ignorância dos rábulas

Advogados são as únicas pessoas cuja ignorância da lei não é punida com cadeia.

Jeremy Bentham

2.11.10

558. Maravilhas do estatismo

A luz no fim do túnel era mesmo uma locomotiva. Mas não há razão para desespero: a locomotiva é da Rede Ferroviária Federal e está parada por falta de peças.

O Planeta Diário

1.11.10

557. Das teses de doutorado

Uma tese normal de doutorado não passa de uma transferência de ossos, de um cemitério para outro.

J. Frank Dobie

31.10.10

556. Viver

Viva todos os dias como se fosse o último. Um dia você acerta.

Luís Fernando Verissimo

29.10.10

554. A fórmula do sucesso

Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o lazer; e Z é manter a boca fechada.

Albert Einstein

28.10.10

27.10.10

26.10.10

551. A felicidade

A felicidade não pode abster-se do inútil. A felicidade é apenas o necessário. É preciso condimentá-la abundantemente com o supérfluo.

Victor Hugo

25.10.10

550. Criando crocodilos

Uma conciliação é alguém que alimenta um crocodilo esperando ser devorado por último.

Winston Churchill

24.10.10

23.10.10

548. Erros & cagadas

Errar é humano, mas para se fazer uma monstruosa cagada é preciso de um computador.

Anônimo

22.10.10

547. Comissão

Uma comissão consiste de uma reunião de pessoas importantes que, sozinhas, não podem fazer nada, mas que, juntas, decidem que nada pode ser feito.

Fred Allen

21.10.10

546. Comida macrobiótica

A maior vantagem da comida macrobiótica é que, por mais que você coma, por mais que encha o estômago, está perfeitamente subalimentado.

Millôr

20.10.10

545. Comédia: a diferença entre o amador e o profissional

Um amador pensa que é engraçado vestir um homem como uma velhinha, sentá-lo numa cadeira de rodas e dar um empurrão na cadeira, para que ela desça uma ladeira feito uma bala e se esborrache contra um muro de pedra. Um profissional sabe que isso tem que ser feito com uma velhinha de verdade.

Groucho Marx

19.10.10

17.10.10

542. A civilização e suas armas

As armas do civilizador são o álcool, a sífilis, as calças e a Bíblia.

Havelock Ellis

16.10.10

541. O poder da observação

O poder da observação acurada é geralmente chamado de cinismo por aqueles que não o possuem.

Bernard Shaw

13.10.10

540. Pathos chinês

Uma pessoa comum maravilha-se com coisas incomuns; um sábio maravilha-se com o corriqueiro.

Confúcio

12.10.10

539. Dos erros

Com toda a probabilidade, cada habilidade e cada filosofia já foi descoberta muitas e muitas vezes e novamente sucumbiu.

Aristóteles

11.10.10

538. A força de uma crença

Uma crença forte demonstra apenas a sua força, não a verdade daquilo em que se acredita.

Nietzsche

10.10.10

537. Do conhecimento

Devo ensinar-lhe, Tzu-lu, no que consiste o conhecimento? Quando você sabe alguma coisa, reconhecer que sabe; e, quando você não sabe alguma coisa, reconhecer que não sabe. Isso é conhecimento.

Confúcio

9.10.10

536. O assassinato libertador

Nosso coração é tão agitado e a vida humana tão misteriosa que, mesmo num assassínio cívico, mesmo num assassínio libertador, se os há, o remorso de haver ferido um homem ultrapassa a alegria de haver servido ao gênero humano.

Victor Hugo

8.10.10

535. Do Livro do Desassossego - XXXV

Consoladora dos que não têm consolação, Lágrima dos que nunca choram, Hora que nunca soa — livra-me da alegria e da felicidade.

Ópio de todos os silêncios, Lira para não se tanger, Vitral de lonjura e de abandono - faze com que eu seja odiado pelos homens e escarnecido pelas mulheres.

Címbalo de Extrema-Unção, Carícia sem gesto, Pomba morta à sombra, Óleo de horas passadas a sonhar — livra-me da religião, porque é suave; e da descrença, porque é forte.

Lírio fanando à tarde, Cofre de rosas murchas, silêncio entre prece e prece – emche-me de nojo de viver, de ódio de ser são, de desprezo por ser jovem.

Torna-me inútil e estéril, ó Acolhedora de todos os sonhos vagos; faze-me puro sem razão para o ser, e falso sem amor a sê-lo, ó Água Corrente das Tristezas Vividas; que a minha boca seja uma paisagem de gelos, os meus olhos dois lagos mortos, os meus gestos um esfolhar lento de árvores velhinhas – ó Ladainhade Desassossegos, ó Missa-Roxa de Cansaços, ó Corola, ó Fluido, ó Ascensão!…

Que pena eu ter de rezar como a uma mulher, e não te querer como a um homem, e não te poder erguer os olhos do meu sonho como Aurora-ao-contrário do sexo irreal dos anjos que nunca entraram no céu!

Fernando Pessoa, Nossa Senhora do Silêncio

7.10.10

534. Do Livro do Desassossego - XXXIV

Tudo quanto vive, vive porque muda; muda porque passa; e, porque passa, morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa, constantemente se nega, se furta ávida.

A vida é pois um intervalo, um nexo, uma relação, mas uma relação entre o que passou e o que passará, intervalo morto entre a Morte e a Morte.

Fernando Pessoa

6.10.10

533. Do Livro do Desassossego - XXXIII

Somos todos mortais, com uma duração justa. Nunca maior ou menor, Alguns morrem logo que morrem, outros vivem um pouco, na memória dos que os viram e amaram; outros, ficam na memória da nação que os teve; alguns alcançam a memória da civilização que os possuiu; raros abrangem, de lado a lado, o lapso contrário de civilizações diferentes.

Fernando Pessoa

5.10.10

4.10.10

3.10.10

530. Dei sim, e daí?

Sim, sim, sim. Sou homossexual. Mas não daqueles que gostam de fazer propaganda disso.

Gérard Lebrun

2.10.10

529. Os orgasmos de Lady Chatterley

Ansiava por orgasmos iguais aos de Lady Chatterley. Por que a lua não emapalidecia, ondas fantásticas não varriam a superfície da terra? Onde estava o meu guarda-caça?

Erica Jong

1.10.10

528. Felicidade

Faça com que sua felicidade jamais dependa da felicidade dos outros.

Mme. de Maintenon

30.9.10

527. Separação?!

Quando um casal se separa e deixa de se dar, um dos dois é mau caráter, quando não os dois.

Luiz Lobo

29.9.10

526. Ventos, velas e fogueiras

A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, assim como o vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras.

Anônimo

28.9.10

525. O mesmo rio

A permanência é uma ilusão. Somente a mudança é real. É impossível entrar duas vezes no mesmo rio.

Heráclito de Éfeso

27.9.10

524. O amor físico

O amor físico obtém sua força e dignidade da alegria que se dão e possuem os amantes na consciência recíproca de sua liberdade. Então nenhuma de suas práticas é infame, porquanto não é suportada por nenhum deles e sim generosamente aceita.

Simone de Beauvoir

26.9.10

523. Más companhias

Vá cada um aonde possa pelos seus próprios meios: guias e gurus são más companhias.

José Saramago

25.9.10

522. O círculo do desejo

Existe uma necessidade absoluta de se sentir desejado e neste círculo do desejo, é muito raro que dois desejos se encontrem e se correspondam, o que é uma das grandes tragédias do ser humano

Pedro Almodóvar

24.9.10

521. Dos amigos

Deus me defenda dos meus amigos, que dos inimigos cuido eu.

Voltaire

22.9.10

519. Do Livro do Desassossego - XXIX

A melhor maneira de começar a sonhar é mediante livros. Os romances servem de muito para o principiante. Aprender a entregar-se totalmente à leitura, a viver absolutamente com as personagens de um romance, eis o primeiro passo. Que a nossa família e as suas mágoas nos pareçam chilras e nojentas ao lado dessas, eis o sinal do progresso.

Fernando Pessoa

20.9.10

517. Do Livro do Desassossego - XXVII

Criar ao menos um pessimismo novo, uma nova negação, para que tivéssemos a ilusão que de nós alguma coisa, ainda que para mal, ficava!

Fernando Pessoa

19.9.10

516. Do Livro do Desassossego–XXVI

No momento em que sofremos, parece que a dor humana é infinita. Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais que ser uma dor que nós temos.

Fernando Pessoa

18.9.10

515. Do Livro do Desassossego - XXV

Em qualquer espírito, que não seja disforme, existe a crença em Deus. Em qualquer espírito, que não seja disforme, não existo crença em um Deus definido. É qualquer ente, existente e impossível, que rege tudo; cuja pessoa, se a tem, ninguém pode definir; cujos fins, se deles usa, ninguém pode compreender. Chamando-lhe Deus dizemos tudo, porque, não tendo a palavra Deus sentido algum preciso, assim o afirmamos sem dizer nada. Os atributos de infinito, de eterno, de omnipotente, de sumamente justo ou bondoso, que por vezes lhe colamos, descolam-se por si como todos os adjetivos desnecessários quando o substantivo basta. E Ele, a que, por indefinido, não podemos dar atributos, é, por isso mesmo, o substantivo absoluto.

Fernando Pessoa

17.9.10

514. Do Livro do Desassossego - XXIV

Viver não vale a pena. Só olhar é que vale a pena. Poder olhar sem viver realizaria a felicidade, mas é impossível, como tudo quanto costuma ser o que sonhamos. O êxtase que não incluísse a vida!…

Fernando Pessoa

16.9.10

513. Do Livro do Desassossego - XXIII

O povo nunca é humanitário. O que há de mais fundamental na criatura do povo é a atenção estreita aos seus interesses, e a exclusão cuidadosa, praticada tanto quanto possível, dos interesses alheios.

Fernando Pessoa

15.9.10

512. Do Livro do Desassossego - XXII

Reparo, também, que entre a vida dos homens e a dos animais não há outra diferença que não a da maneira como se enganam ou a ignoram. Não sabem os animais o que fazem: nascem, crescem, vivem, morrem sem pensamento, reflexo ou verdadeiramente futuro. Quantos homens, porém, vivem de modo diferente do dos animais? Dormimos todos, e a diferença está só nos sonhos, e no grau de qualidade de sonhar. Talvez a morte nos desperte, mas a isso também não há resposta senão a da fé, para quem crer é ter, a da esperança, para quem desejar é possuir, a da caridade, para quem dar é receber.

Fernando Pessoa

14.9.10

511. Do Livro do Desassossego - XXI

O mal das coisas da vida é que as podemos ir olhando por todos os lados… As coisas do sonho só têm o lado que vemos.

Fernando Pessoa

13.9.10

510. Criatividade

A incerteza e o mistério são energias da vida. Não as tema pois elas afastam o tédio e convidam a criatividade.

R. I. Fitzhenry

11.9.10

508. Das pedras

Os seres humanos sempre tropeçam em pedras, nunca em montanhas.

Emilie Cady

10.9.10

507. O perigo da luz

Aquilo que se propõe a dar luz, deve suportar a queimadura.

Viktor E. Frankl

9.9.10

506. Luz e sombras

Quando estiver caminhando pelo “vale de sombras”, lembre-se: a sombra é sempre criada por um foco de luz.

H. K. Barclay

7.9.10

504. Tempos difíceis e adversidades

As pessoas precisam de tempos difíceis e adversidades para desenvolver músculos psíquicos.

Frank Herbert

6.9.10

503. A arte de compreender

Os olhos veem apenas o que a mente está preparada para compreender.

Henri L. Bergson

5.9.10

502. O controle da natureza

O controle da natureza é tolamente tomado como um substituto adequado ao autocontrole.

Reinhold Niebuhr

3.9.10

500. Do Livro do Desassosssego - XX

Como todo o sonhador, senti sempre que o meu mister era criar. Como nunca soube fazer um esforço ou ativar uma invenção, criar coincidiu-me sempre com sonhar, querer ou desejar, e fazer gestos com o sonhar os gestos que desejaria poder fazer.

Fernando Pessoa

2.9.10

499. Do Livro do Desassossego - XIX

Que seria do mundo se fôssemos humanos? Se o homem sentisse deveras, não haveria civilização. A arte serve de fuga para a sensibilidade que a ação teve que esquecer.

Fernando Pessoa

1.9.10

498. Do Livro do Desassossego - XVIII

Nunca se deve invejar a riqueza, senão platonicamente; a riqueza é liberdade.

Fernando Pessoa

31.8.10

497. Do Livro do Desassossego - XVII

Tu, que me ouves e mal me escutas, não sabes o que é esta tragédia! Perder pai e mãe, não atingir a glória nem a felicidade, não ter um amigo nem um amor – tudo isso se pode suportar; o que se não pode suportar é sonhar uma coisa bela que não seja possível conseguir em ato ou palavras.

Fernando Pessoa

30.8.10

29.8.10

495. Do Livro do Desassossego - XV

O tédio… Quem tem Deuses nunca tem tédio. O tédio é a falta de uma mitologia. A quem não tem crenças, até a dúvida é impossível, até o ceticismo não tem força para desconfiar. Sim, o tédio é isso: a perda, pela alma, de sua capacidade de se iludir, a falta, no pensamento, da escada inexistente por onde ele sobe sólido à verdade.

Fernando Pessoa

28.8.10

494. Do Livro do Desassossego–XIV

Tive sempre uma repugnância quase física pelas coisas secretas – intrigas, diplomacia, sociedades secretas, ocultismo. Sobretudo me incomodaram sempre estas duas últimas coisas — a pretensão, que têm certos homens, de que , por entendimentos com Deuses ou Mestres ou Demiurgos, sabem — lá entre eles, exclusos todos nós outros — os grandes segredos que são os caboucos do mundo.

Não posso crer que isso seja assim. Posso crer que alguém o julgue assim. Por que não estará essa gente toda doida, ou iludida? Por serem vários? Mas há alucinações colectivas.

O que sobretudo me impressiona, nesses mestres e sabedores do invisível, é que quando escrevem para nos contar ou sugerir os seus mistérios, escrevem todos mal. Ofende- o entendimento que um homem seja capaz de dominar o Diabo e não seja capaz de dominar a língua portuguesa. Por que há o comércio com os demônios ser mais fácil que o comércio com a gramática? Quem, através de longos exercícios de atenção e de vontade, consegue, conforme diz, ter visões astrais, por que não pode, com menor dispêndio de uma coisa e de outra, ter a visão da sintaxe? Que há no dogma e ritual da Alta Magia que impeça alguém de escrever, já não digo com clareza, pois pode ser que a obscuridade seja da lei oculta, mas ao menos com elegância e fluidez, pois no próprio abstruso as pode haver? Por que há-de gastar-se toda a energia da alma no estudo da linguagem dos Deuses, e não há-de sobrar um reles bocado com que se estude a cor e o ritmo da linguagem dos homens?

Fernando Pessoa

27.8.10

493. Do Livro do Desassossego - XIII

Assim como, quer o saibamos quer não, temos todos uma metafísica, assim também, quer o queiramos quer não, temos todos uma moral. Tenho uma moral muito simples – não fazer a ninguém nem mal nem bem. Não fazer a ninguém mal, porque não só reconheço nos outros o mesmo direito que julgo que me cabe, de que não me incomodem, mas acho que bastam os males naturais para o mal que tenha de haver no mundo. Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter uns para os outros uma amabilidade de viagem. Não fazer bem, porque não sei o que é o bem, nem se o faço quando julgo que o faço. Sei eu que males eu produzo se dou esmola? Sei eu que males produzo se educo ou instruo? Na dúvida, abstenho-me. E acho, ainda, que auxiliar ou esclarecer é, em certo modo, fazer o mal de intervir na vida alheia. A bondade é um capricho temperamental: não temos o direito de fazer os outros vítimas de nossos caprichos, ainda que de humanidade ou de ternura. Os benefícios são coisas que se infligem; por isso os abomino friamente.

Fernando Pessoa

26.8.10

492. Do Livro do Desassossego - XII

Se alguma coisa odeio, é um reformador. Um reformador é um homem que vê os males superficiais do mundo e se propõe a curá-los agravando os fundamentais.

Fernando Pessoa

25.8.10

491. Do Livro do Desassossego - XI

Revolucionário ou reformador — o erro é o mesmo. Impotente para dominar e reformar a sua própria atitude para com a vida, que é tudo, ou o seu próprio ser, que é quase tudo, o homem foge para querer modificar os outros e o mundo externo. Todo o revolucionário, todo o reformador, é um evadido. combater é não ser capaz de combater-se. Reformar é não ter emeda possível.

Fernando Pessoa

23.8.10

22.8.10

488. Lá vai uma vela aberta…

Um timoneiro que se preze continua a navegar mesmo com a vela despedaçada.

Sêneca

21.8.10

487. Ê, pobrema difice!!!

Nada é tão difícil que, à força de tentativas, não tenha resolução.

Terêncio

20.8.10

486. Das dificuldades

Um homem de espírito não pode nem pensar que existe a palavra dificuldade.

G. Ch. Lichtenberg

19.8.10

485. A sorte e nossas ações

Julgo poder ser verdadeiro o fato de a sorte ser árbitro de metade de nossas ações, mas que, mesmo assim, ela nos permite governar a outra metade ou parte dela.

Maquiavel

18.8.10

484. A ocasião

A ocasião não faz apenas o ladrão, mas também “grandes homens”.

G. Ch. Lichtenberg

17.8.10

483. De “O náufrago”, de Thomas Bernhard - III

Por toda a parte, as pessoas se comportam de maneira hipócrita ao dizer que sentem vergonha do dinheiro que têm e que os outros não têm, quando é afinal da natureza das coisas que uns tenham dinheiro e outros, não, ora são uns, ora outros os que têm, isso não vai mudar, e os que têm não têm culpa de ter dinheiro, assim como os outros tampouco têm culpa de não ter etc., pensei, o que, no entanto, não é compreendido por nenhuma das partes, porque em última instância elas só conhecem a hipocrisia e nada mais.

16.8.10

482. De “O náufrago”, de Thomas Bernhard - II

O chamado intelectual odeia seu intelectualismo e acredita que vai encontrar sua salvação entre os chamados pobres e desfavorecidos, que antes eram chamados de oprimidos e injuriados, ele disse; em vez de sua salvação, o que ele encontra é a mesma crueldade, disse, pensei.

15.8.10

481. De “O náufrago”, de Thomas Bernhard - I

Temos que saber desde o princípio o que queremos, pensei; desde criança o homem precisa ter claro na cabeça o que quer, o que quer ter, o que precisa ter, pensei.

14.8.10

480. Do Livro do Desassossego - X

Todo o dia, em toda a sua desolação de nuvens leves e mornas foi ocupado pelas informações de que havia revolução. Estas notícias, falsas os certas, enchem-me sempre de um desconforto especial, misto de desdém e de náusea física. Dói-me na inteligência que alguém julgue que altera alguma coisa agitando-se. A violência, seja qual for, foi sempre para mim uma forma esbugalhada de estupidez humana. Depois, todos os revolucionários são estúpidos, como, em grau menor, porque menos incómodo, todos os reformadores.

Fernando Pessoa

12.8.10

479. Do Livro do Desassossego - IX

O homem superior difere do homem inferior, e dos animais irmãos deste, pela simples qualidade da ironia. A ironia é o primeiro indício de que a consciência se tornou consciente.

Fernando Pessoa

10.8.10

477. Do Livro do Desassossego - VII

Quanto mais alto o homem, de mais coisas tem que se privar. No píncaro não há lugar senão para o homem só. Quanto mais perfeito, mais completo; e quanto mais completo, menos outrem.

Fernando Pessoa

8.8.10

475. Do Livro do Desassossego - V

Que é viajar, e para que serve viajar? Qualquer poente é o poente; não é mister ir vê-lo em constantinopla. A sensação de libertação, que nasce das viagens? Posso tê-la saindo de Lisboa até Benfica, e tê-la mais intensamente do que quem vá de Lisboa à China, porque se a libertação não está em mim, não está, para mim, em parte alguma.

Fernando Pessoa

7.8.10

474. Do Livro do Desassossego - IV

Que me pesa que ninguém leia o que escrevo? Escrevo-o para me distrair de viver, e publico-o porque o jogo tem essa regra.

Fernando Pessoa

6.8.10

473. Do Livro do Desassossego - III

O sonhador não é superior ao homem ativo porque o sonho seja superior à realidade. A superioridade do sonhador consiste em que sonhar é muito mais prático que viver, e em que o sonhador extrai da vida um prazer muito mais vasto e muito mais variado do que o homem de ação. Em melhores e mais diretas palavras, o sonhador é que é o homem de ação.

Fernando Pessoa

5.8.10

472. Do Livro do Desassossego - II

Qualquer dos sonhos é o mesmo sonho, porque são todos sonhos. Mudem-me os deuses os sonhos, mas não o dom de sonhar.

Fernando Pessoa

4.8.10

471. Do Livro do Desassossego - I

Pesa-me, aliás, toda a ideia de ser forçado a um contacto com outrem. Um simples convite para jantar com um amigo me produz uma angústia dificil de definir. A ideia de uma obrigação social qualquer — ir a um enterro, tratar junto de alguém de uma coisa do escritório, ir esperar à estação uma pessoa qualquer, conhecida ou desconhecida —, só essa ideia me estorva os pensamentos de um dia, e às vezes é desde a mesma véspera que me preocupo, e durmo mal, e o caso real, quando se dá, é absolutamente insignificante, não justifica nada; e o caso repete-se e eu não aprendo nunca a aprender.

Fernando Pessoa

3.8.10

470. A procriação como ambição de imortalidade

DIOTIMA: Qual é, Sócrates, na sua opinião, a causa deste amor, deste desejo? Você já observou em que estranha crise se encontram todos os animais, os que voam e os que marcham, quando são tomados pelo desejo de procriar? Como ficam doentes e possuídos de desejo, primeiro no momento de se ligarem, depois, quando se torna necessário alimentar os filhos? [...] Tanto no caso dos humanos como no dos animais, a natureza mortal busca, na medida do possível, perpetuar-se. Apenas desse modo, por meio da procriação, a natureza mortal é capaz da imortalidade, deixando sempre um jovem no lugar do velho. [...] Pois saiba, Sócrates, que o mesmo vale para a mibição dos homens. Você ficará assombrado com a sua misteriosa irracionalidade, a não ser que compreenda o que eu disse, e reflita o que se passa com eles quando são tomados pela ambição e pelo desejo da glória eterna. É pela fama, mais ainda que por seus filhos, que eles se dispõem a encarar todos os riscos, suportar fadigas e até mesmo sacrificar suas vidas. [...] Aqueles cujo instinto criador é físico recorrem de preferência às mulheres e revelam seu amor dessa maneira, acreditando que pela geração de filhos podem se assegurar da imortalidade e de uma recordação perene de si. Mas existem alguns cujo instinto criador se aloja na alma e que desejam procriar não pelo corpo, mas espiritualmente, gerando filhos que são próprios da natureza da alma conceber e dar à luz. E o que é próprio da natureza da alma procriar? A sabedoria e as virtudes em geral, cujos progenitores são os poetas e os criadores fecundos.

Platão

2.8.10

469. 1=10.000

Para mim, um único homem é dez mil se ele for o melhor.

Heráclito de Éfeso

1.8.10

468. Fama

A fama é a quintessência dos mal-entendidos que se juntam a um nome.

Rilke

31.7.10

467. A palavra escrita e os mal-entendidos

Sócrates: Você sabe, Fedro, esta é a singularidade do escrever, que o torna verdadeiramente análogo ao pintar. As obras de um pintor mostram-se a nós como se estivessem vivas; mas, se as questionamos, elas mantêm o mais altivo silêncio. O mesmo se dá com as palavras escritas: parecem falar conosco como se fossem inteligentes, mas, se lhes perguntamos qualquer coisa com respeito ao que dizem, por desejarmos ser instruídos, elas continuam para sempre a nos dizer exatamente a mesma coisa. E, uma vez que algo foi escrito, a composição, seja qual for, espalha-se por toda parte, caindo em mãos não só dos que a compreendem mas também dos que não têm relação alguma com ela; não sabe como dirigir-se às pessoas certas e não se dirigir às erradas. E, quando é maltratada ou injustamente ultrajada, precisa sempre que seu pai lhe venha em socorro, sendo incapaz de defender-se ou cuidar de si mesma.

Platão

30.7.10

466. A filosofia como batalha

A filosofia é uma batalha contra o enfeitiçamento da nossa inteligência por meio da linguagem.

Ludwig Wittgenstein

29.7.10

465. Das palavras

As palavras pertencem metade a quem fala, metade a quem ouve.

Montaigne

28.7.10

464. O excesso de leitura

Existem dois modos distintos de ler os autores: um deles é muito bom e útil, o outro, inútil e até mesmo perigoso. É muito útil ler quando se medita sobre o que é lido; quando se procura, pelo esforço da mente, resolver as questões que os títulos dos capítulos propõem, mesmo antes de se começar a lê-los; quando se ordenam e comparam as ideias umas com as outras; em suma, quando se usa a razão. Ao contrário, é inútil ler quando não entendemos o que lemos, e perigoso ler e formar concei­tos daquilo que lemos quando não examinamos suficientemente o que foi lido para julgar com cuidado, sobretudo se temos memória bastante para reter os conceitos firmados e imprudência bastante para concordai com eles. O primeiro modo de ler ilumina e fortifica a mente, aumen tando o seu entendimento. O segundo diminui o entendimento e gra­dualmente o torna fraco, obscuro e confuso. Ocorre que a maior parle daqueles que se vangloriam de conhecer as opiniões dos outros estucl;i apenas do segundo modo. Quanto mais lêem, portanto, mais fracas e mais confusas se tornam suas mentes.

Malebranche

27.7.10

463. Como ler

Leia não para contradizer nem para acreditar, mas para ponderar e considerar. Alguns livros são para serem degustados, outros para serem mastigados e digeridos. A leitura torna o homem completo, as preleções dão a ele a prontidão, e a escrita torna-o exato.

Francis Bacon

26.7.10

462. A mania de citar

Não importa qual fosse o livro que eu estivesse lendo, adquiri o hábito de anotar por escrito sentenças isoladas ou passagens curtas que me parecessem dignas de atenção. Fazia isso tendo em vista o meu próprio uso ou para simples desfrute, como dizem os advogados, sem intenção alguma de publicar. Até que mais recentemente me ocorreu pelo menos uma parte dessas citações — já na casa dos milhares - poderia despertar o interesse de outras pessoas. Daí este livro.

Viscount Samuel

25.7.10

461. Da inutilidade dos prefácios

Um livro que ninguém espera, que não responde a nenhuma pergunta formulada, que o autor não teria escrito se tivesse seguido a sua lição ao pé da letra, eis enfim a excentricidade que hoje proponho ao leitor.

George Bataille

24.7.10

460. Millôr e a adivinhação

Amanhã vai ser um dia esplêndido, mas não sei se melhor do que ontem
- como dizia o adivinho desmemoriado.

22.7.10

458. Millôr e a permissividade

Não é em tudo que estou de acordo com a juventude. Agora, essa permissividade, essa revolução sexual, não sei não, mas é uma coisa que
me interessa muito.

21.7.10

457. Millôr e a aderência

Você pode ser a favor de todas as pessoas algum tempo. Você pode ser a favor de algumas pessoas todo o tempo. Mas você não pode ser a fa­vor de todas as pessoas todo o tempo.

20.7.10

456. Millôr, Deus e a corrupção

Está bem. Deus é brasileiro. Mas pra defender o Brasil de tanta corrup­ção só colocando Deus no gol.

19.7.10

455. Millôr e a riqueza

Só no dia em que começaram a pagar bem pelo que eu escrevia come­cei a aceitar que era rico de ideias. Bem, rico não, remediado de idei­as.

18.7.10

454. Millôr e a ação

Chegar, fazer, completar - isso é que é conseguir. Nada é maior do que a infinitude, não é mesmo?, assim como nada é menor do que o critério com que medimos nossa própria insignificância. Explicando melhor; agora não é antes nem depois, da mesma forma como o ontem nunca será amanhã, embora bastem 48 horas pra que o amanhã seja ontem. Como diria Maricá - só com a ação se escapa da inércia.

17.7.10

453. Millôr: um acalanto

Deita, filho

E constrói teu sono

O medo já vem.

Fecha os olhos dos ouvidos

Faz escuro aos ruídos

Amortece o brilho desse som.

Pronto, a angústia gira muda

No longplei sem sulcos

Da noite sem insônia.

Dorme, filho,

Faz silêncio em Babilônia.

15.7.10

451. O que querem as mulheres?

(…) as mulheres americanas esperam encontrar nos maridos a perfeição que as inglesas só exigem dos seus mordomos.

Somerset Maugham, O fio da navalha

13.7.10

12.7.10

448. Da morte

A morte é mais universal que a vida; todos morrem, mas nem todos vivem.

Anônimo

11.7.10

447. Forças

A força que faz o bem é também a força que causa o dano.

Milton Friedman

10.7.10

446. Nem melhores nem piores

Não ficamos nem melhores nem piores com a idade e sim mais parecidos conosco mesmos.

May L. Becker

9.7.10

445. Planejamento

Planeje para este mundo como se você fosse viver para sempre, mas planeje para o mundo vindouro como se você fosse morrer amanhã.

Ibn Gabirol

7.7.10

443. Juventude e velhice

Na juventude, corremos atrás das dificuldades. Na velhice, são elas que correm atrás de nós.

John Billings

6.7.10

5.7.10

441. Sem meio termo

Se você não tem o poder de impor à vida seus próprios termos, você deve aceitar os termos que ela lhe oferece.

T. S. Elliot

4.7.10

440. Fred Astaire

[Avaliação de seu primeiro teste num estúdio em Hollywood, circa 1930]

Não sabe representar. Não sabe dançar. Ligeiramente careca. Dança um pouco.

3.7.10

439. Um autógrafo para Deus

Alguns astros do cinema usam óculos escuros até mesmo na igreja. Devem ter medo de que Deus os reconheça e peça seus autógrafos.

Fred Allen

2.7.10

438. Droga

Uma droga é uma substância que, quando injetada num rato de laboratório, produz um paper científico.

Anônimo

1.7.10

437. O chato

Chato, s. m. Uma pessoa que fala quando você quer que ela ouça.

Ambrose Pierce

30.6.10

436. Os católicos

Adoro os católicos. Se não insistissem tanto em misturar-se aos cristãos, já teria me convertido a eles.

Aldous Huxley

29.6.10

435. A virtude da castidade

Um dia chegaremos à conclusão de que a castidade é uma virtude tanto quanto a desnutrição.

Alex Comfort

28.6.10

434. O que tem a ver o casamento com as calças?

[Elizabeth Taylor para Richard Burton em “Quem tem medo de Virginia Woolf?”]:

Eu uso as calças neste casamento, sim! Alguém tem que usar!

Edward Albee

27.6.10

433. Ninguém é mau o tempo todo

Um homem que destesta crianças e cachorros não pode ser mau de todo.

W. C. Fields

26.6.10

432. Capitalismo explícito

A pior interferência do Estado na economia é que ele proíbe atos de capitalismo explícito entre adultos consentidos.

Anônimo

25.6.10

431. Os cisnes

Os cisnes cantam antes de morrer. Algumas pessoas deveriam morrer antes de cantar.

Samuel Taylor Coleridge

24.6.10

430. Casamento e amor

Onde há casamento sem amor, vai haver amor sem casamento.

Benjamin Franklin

23.6.10

429. Família e destino

A família: uma espécie de destino ao qual é impossível escapar.

Luchino Visconti

22.6.10

428. Peixes, pássaros e homens

Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.

Martin Luther King

21.6.10

427. Diferença

Homens sempre querem ser o primeiro amor da mulher e mulheres querem sempre ser o último romance de um homem.

Oscar Wilde

20.6.10

426. Um amor viável

Numa relação de amor, nenhum dos parceiros deveria sentir que tem que abrir mão de uma parte essencial de si mesmo para torná-la viável.

Mary Sarton

18.6.10

17.6.10

423. Entre o mendigo e o imperador

Dar amor é a experiência real – no próprio sentido da palavra, porque você se comporta como um imperador. Implorar amor é uma experiência de mendigo. Não aja como um mendigo, mas como um imperador.

Osho

16.6.10

422. A distância

A distância mais longa é entre a cabeça e o coração.

Thomas Merto

15.6.10

421. A grande questão

A grande questão que nunca foi respondida e que eu não posso responder, apesar dos meus trinta anos de pesquisa sobre a alma feminina é: o que quer uma mulher?

Sigmund Freud

13.6.10

420. O ocaso do acaso

Aquele que não deixa nada ao acaso raramente fará coisas de modo errado, mas fará pouquíssimas coisas.

G. S. Halifax

11.6.10

418. Supérfluo

Compra não o que consideras oportuno, mas o que te falta; o supérfluo é caro, mesmo que custe apenas um soldo.

Catão, o Censor

417. Passando necessidade

O homem não se conhece o suficiente para medir aquilo de que precisa.

C. Alvaro

416. Da tentação

Posso resistir a tudo, menos à tentação.

Oscar Wilde

8.6.10

7.6.10

6.6.10

413. Inguinorante!

Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bom senso.

Eurípedes

5.6.10

412. Muito ou pouco

Obviamente é mais cômodo saber pouco do que saber muito.

Menendez Y Pelayo

3.6.10

410. Nelson e os santos

Qualquer um tem o seu momento de são Francisco de Assis, e insisto: – o vigarista, o batedor de carteiras, o ladrão de galinhas ou o Drácula pode, sob um estímulo qualquer, virar um santo feérico.

Nelson Rodrigues

2.6.10

409. Nelson e a razão

O mundo só pode ser dos que têm razão. Mas a razão é todo um maravilhoso esforço, toda uma dilacerada paciência, toda uma santidade conquistada, toda uma desesperada lucidez. Não era bem assim que eu queria dizer. Mas faltam-me palavras.

Nelson Rodrigues

1.6.10

408. Nelson e os quadris

A paisagem carioca anda escassa de gordas. Não há os antigos quadris monumentais. E, outro dia, um parteiro me a confidência amarga: — "Bacias estreitas". Ali, numa restrição sucinta, estava todo o julgamento de uma época.

Nelson Rodrigues

31.5.10

407. Nelson e o pacto de morte

Para mim, mais patético do que cem mortos é o casal que se mata de amor e por amor.

Nelson Rodrigues

30.5.10

406. Nelson, o louco varrido

Ao longo de vinte anos, fui o único autor obsceno do Brasil. E, durante esse período, fui chamado de tarado em manchete. Os críticos me xingavam de "cérebro doentio", de “caso de polícia", de "louco varrido".

Nelson Rodrigues

29.5.10

405. Nelson e Napoleão

O único Napoleão realizado é o Napoleão de hospício, que jamais terá um Waterloo e uma Santa Helena.

Nelson Rodrigues

28.5.10

404. Nelson, Machado e a escarradeira

Não há, em todo o Machado de Assis, uma única referência à escarradeira. Aí está um lapso romanesco indesculpável. Por que não a citar se, na época, era obrigatória em todas as salas, em todas as alcovas, em todos os corredores e até nas varandas?

Nelson Rodrigues

27.5.10

403. A imortalidade no açougue

Se o homem fosse imortal, já imaginaram como não seriam as suas contas no açougue?

Woody Allen

26.5.10

402. Vida após a morte

Não acredito em vida depois da morte, embora sempre traga comigo uma muda de cueca.

Woody Allen

24.5.10

400. Arte & Wilde - IX

Podemos perdoar um homem por fazer uma coisa útil, desde que ele não a admire. A única desculpa para fazer uma coisa útil é que admiramos com intensidade.

23.5.10

399. Arte & Wilde - VIII

Quando os críticos discordam, o artista está de acordo consigo mesmo.

21.5.10

20.5.10

396. Arte & Wilde - V

Nenhum artista deseja provar coisa alguma. Até mesmo as coisas verdadeiras podem ser provadas.

19.5.10

395. Arte & Wilde - IV

Os que descobrem significados maravilhosos em coisas maravilhosas são os ilustrados. Para estes, há esperança. São os eleitos, para quem as coisas maravilhosas significam apenas beleza.

18.5.10

394. Arte & Wilde - III

Não existe isto de livros morais ou imorais. Livros são coisas bem escritas ou mal escritas. E só.

17.5.10

393. Arte & Wilde - II

Tanto a forma mais elevada, como a forma mais baixa de crítica, é uma forma de autobiografia.

15.5.10

391. O castigo de quem não se interessa por política

image

 

 

O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.

Arnold Toynbee

14.5.10

390. Ser durão não é mole

A coisa mais difícil do mundo é ser um cara durão. É um jogo de auto-suficiência mentiroso que torna o homem um solitário.

Nick Nolte

13.5.10

389. Gemido

O homem faz tudo para ouvir o tilintar das moedas, o estalar das palmas e o gemido das mulheres.

Chalaça

12.5.10

388. Provar que é macho

A maioria dos homens ainda está presa ao mito da masculinidade e vai para o ato sexual para cumprir uma missão: provar que é macho.

Regina Navarro Lins

11.5.10

387. Qualidade no amor

Agora, a maior revolução se faz em casa e a maior bandeira política é imprimir qualidade no amor.

Leneide Duarte

10.5.10

386. O feminismo

Ser feminista é zelar por verdade e justiça para todos.

Gloria Steinem

9.5.10

385. Amor & paixão

O amor só interessa se é paixão e grande. Não paixão que destrói e devora, mas alguma coisa grande que toma lugar e ilumina a vida.

Fanny Ardant

8.5.10

7.5.10

383. Amigos, perguntas e respostas

Amigos são aquelas raras pessoas que nos perguntam como estamos e que depois ficam à espera de ouvir a resposta.

Ed Cunningham

6.5.10

382. Da eternidade

image

Talvez seja isso a eternidade:

estarmos sempre como estávamos.

Gabriela Mistral

5.5.10

381. De heróis e fábulas

Envelheci. Jamais

vi os heróis – que amei.

Foi por fome de heróis

que devorei as fábulas.

Gabriela Mistral

4.5.10

380. Estupidez

image

 

 

A estupidez dos homens sempre convida à insolência da força.

Ralph Waldo Emerson

3.5.10

379. Dos poderes ilimitados

Nenhum ser humano é sábio o suficiente, ou bom o suficiente para que a ele se confiem poderes ilimitados.

Charles Caleb Colton

1.5.10

377. A oposição e as pipas

image

 

 

Uma certa medida de oposição pode ser benéfica. Afinal, pipas sobem contra e não a favor do vento.

John Neal

30.4.10

376. Especulações

Há dois momentos na vida de uma pessoa em que ela não deve especular: quando não se pode dar ao luxo e quando se pode dar ao luxo.

Mark Twain

28.4.10

374. Sem ter pra onde ir

Um ateu morto é como alguém que se enfeitou todo sem ter para onde ir.

James Duffecy

27.4.10

373. Viver/morrer

Quando eu pensava que estava aprendendo a viver, eu estava realmente aprendendo a morrer.

Leonardo Da Vinci

25.4.10

371. Ensina-me a viver

image

 

Ensina-me a viver de tal forma que eu tema tão pouco a minha sepultura como temo a minha cama.

Thomas Ken

24.4.10

370. A liberdade e a gerência

A liberdade também inclui o direito de gerir mal suas próprias questões.

Anônimo

23.4.10

369. O racismo

image

 

 

O racismo é a maior ameaça ao ser humano – é o máximo de ódio pelo mínimo de razão.

Abraham Joshua Heschel

22.4.10

368. A ordem no mundo

image

 

 

Este mundo não está aí para ser colocado em ordem – ele é uma ordem encarnada. Cabe a nós harmonizar-nos com esta ordem.

Henry Miller

21.4.10

367. O excedente

image

 

A liberdade é um subproduto do excedente econômico.

Aneurin Bevan

20.4.10

18.4.10

364. Liberdade de expressão

image

 

 

É fácil acreditarmos em liberdade de expressão para aqueles com quem concordamos.

Leo McKern

17.4.10

363. Algo pior do que um coração endurecido

Existe apenas uma coisa pior do que um coração endurecido: uma mente flácida.

Anônimo

16.4.10

362. O puritanismo

image

 

O puritanismo é o medo aterrador que alguém, em algum lugar, possa ser feliz.

H. L. Mencken

15.4.10

14.4.10

360. O conhecimento do mundo

image

 

Ao longo dos anos a gente fica mais tímido, mais medroso. Aquela audácia, aquela petulância de quando se é jovem se perde quando se criam laços afetivos. Dá uma certa humildade o conhecimento do mundo.

Rachel de Queiroz

13.4.10

359. Dor e prudência

image

 

A dor é um advertência, assim como os prejuízos nos negócios nos ensinam a ser prudentes.

Henry Ford

12.4.10

358. Eficiência, produtividade e ambiente

A mesma pessoa pode tornar-se mais eficiente e produtiva se está inserida num ambiente social em que há um nível alto de confiança e responsabilidade recíproca entre as pessoas.

Robert D. Putnam

11.4.10

357. A mais completa perda

image

 

A mais completa perda de todos os dias é aquela na qual você não riu nenhuma vez.

Nicolas-Sébastien Chamfort

10.4.10

356. Pessoas de primeira e segunda categoria

image

 

Seja sempre uma versão de primeira categoria de si mesmo, em vez de uma versão de segunda categoria de outra pessoa.

Judy Garland

8.4.10

7.4.10

353. Alternativas

image

 

 

A falta de alternativas clarifica maravilhosamente a mente.

Henry Kissinger

6.4.10

352. A felicidade do que temos

A pobreza e a riqueza não dependem do que temos, mas do quanto estamos felizes com o que temos.

Tsai Chih Chung

5.4.10

351. O vício e a água

image

 

 

O vício é beber o segundo copo d’água quando o primeiro já saciou a sede.

Yoko Ono

4.4.10

3.4.10

349. Fala mais alto!

Se todo mundo pensasse antes de falar, o silêncio seria ensurdecedor.

George Barzan

1.4.10

347. Nada de tudo ao mesmo tempo agora

O tempo é a maneira que tem a natureza de não permitir que tudo aconteça de uma única vez.

Anônimo

31.3.10

346. Das perguntas tolas

image

 

Uma pergunta tola é o primeiro indício de um pensamento totalmente novo.

Alfred North Whitehead

28.3.10

343. Do aborto

A Igreja continua contra o aborto. O Papa ainda não descobriu o seu lado feminino.

Millôr

27.3.10

342. O aborígene

Aborígene é a maneira pejorativa com que os conquistadores chamam os donos da propriedade.

Millôr

26.3.10

341. Do abismo

O Brasil já está à beira do abismo. Mas ainda vai ser preciso um grande esforço de todo mundo pra colocarmos ele novamente lá em cima.

Millôr

25.3.10

340. O homem sensato, o homem insensato e o progresso

O homem sensato adapta-se ao mundo. O homem insensato insiste em tentar adaptar o mundo a si. Sendo assim, todo progresso depende do homem insensato.

Bernard Shaw

24.3.10

339. Os três elementos mais importantes da civilização

image

 

 

Os três elementos mais importantes da civilização moderna: a pólvora, a imprensa e a religião protestante.

Thomas Carlyle

23.3.10

338. Xenofilia

image

 

 

Aquilo que é estrangeiro tem sempre uma aparência aristocrática para nós.

Otto Von Bismarck

22.3.10

20.3.10

19.3.10

334. A pátria não existe mais

Para mim, não existem mais “pátria” nem ideais, tudo isso não passa de pura decoração para os governantes, que preparam a próxima matança.

Hermann Hesse

18.3.10

333. A alegria da hospitalidade

Todas as divindades se alegram, todos os videntes cantam, todos os antepassados dançam, quando um hóspede entre na nossa casa.

Canakya – Sentenças indianas

16.3.10

331. A cidade, as ruínas

Lembrai-vos que os muros das cidades são construídos apenas com as ruínas das casas rurais.

Jean-Jacques Rousseau

15.3.10

330. Pobreza e riqueza

image

 

Os pobres dos países ricos são menos pobres do que os pobres dos países pobres. Mas os ricos dos países pobres não são mais pobres do que os ricos dos países ricos.

Jô Soares

14.3.10

329. A abertura política em 1973

A abertura política é indiscutível. Já estamos vendo as tropas e os tanques no fim do túnel.

Millôr

13.3.10

328. Um país obsoleto

image

 

 

O Brasil corre o risco de ficar obsoleto antes de ficar pronto.

Claude Lévi-Strauss

12.3.10

327. A propósito da tão decantada probidade de Itamar Franco

Por que tanta ênfase na probidade de um Presidente – da qual, aliás, tanto mais duvido quanto mais se fala? Dar mel não faz da abelha um ser superior. Ou faz?

Millôr

11.3.10

326. Francis e o nacionalismo

O nacionalismo é uma doença infantil. É o sarampo da humanidade.

Paulo Francis

10.3.10

325.Abdômen

Abdômen: palavra machista significando barriga. Pra ambos os sexos, ora vejam. Deveria haver também abdmulher.

Millôr

9.3.10

324.Playboy marxista

image

 

O marxismo tem muita coisa certa e é uma bobagem dizer que ele acabou.

Jorginho Guinle

7.3.10

322. Lei no Brasil

image No Brasil, lei é como vacina. Umas pegam, outras não.

Otto Lara Resende

4.3.10

319. Canadá

image

 

 

O único país do mundo que consegue viver sem uma identidade.

Marshall McLuhan

3.3.10

318. Que decepção!

image

 

 

Todos os homens que já tive foram para a cama com Gilda – e acordaram comigo.

Rita Hayworth

2.3.10

317. Califórnia

image Um lugar ideal para se viver – se você for uma laranja.

Fred Allen

1.3.10

316. Da legítima defesa

image

 

 

Só mato em legítima defesa. O que você faria se um coelho lhe apontasse uma faca?

Johnny Carson

27.2.10

314. Statu quo

image

 

 

A buracracia continua a defender o status quo, muito depois que o quo já perdeu o status.

Laurence J. Peter

23.2.10

310. Um poço sem fundo

A avareza é um poço sem fundo que consome a pessoa num esforço interminável por satisfazer suas necessidades, sem chegar nunca a consegui-lo.

Erich Fromm

20.2.10

307. Uma nação e os animais

A grandeza de uma nação e seu progresso moral podem ser avaliados pela forma como são tratados seus animais.

Mahatma Gandhi