De Klerk e todo mundo diz que o ou "a" apartheid é uma chaga na nossa civilização. Waaal, moralmente é. Não se devem segregar as pessoas racialmente. Mas com toda a franqueza eu não quero que os crioulos tomem o poder na África do Sul. Ninguém ciente das condições do país quer, mas as patrulhas impedem que essas pessoas "iluminadas" falem. Porque não há, em primeiro lugar, negros, essa generalização sem sentido algum e sem individualizar ninguém. Há negros de diversas tribos que se odeiam e que, uma vez no controle do país, entrariam em guerra civil interminável, como os zulus, por exemplo, matando, certamente, muito mais gente do que os afrikaners mataram em séculos. Uma boa choradeira sobre o destino cruel de Nelson Mandela sempre rende aplausos fáceis. Mas eu me lembro dele solto (uma das raras vantagens de se ser de uma certa idade) e que queria estabelecer o marxismo-leninismo, vulgo stalinismo, na África do Sul. Nem de longe é o líder dos quase 20 milhões de negros do país. É o líder de uma das muitas facções, da tribo shosha. Gente admirável como o arcebispo Tutu, que faz o que pode para conter a violência tribal, não sobreviveria a uma luta pelo poder entre Mandela, zulus etc., porque, já dizia Mão Tsé-tung, o poder nasce do coldre de um revólver. Sou racista por isso? Sou favorável a uma gradual imersão dos negros na vida política da África do Sul e acho que devem ter todos os direitos, o que inclui a oportunidade de se tornarem mão-de-obra qualificada e ganhar direito de tomarem o poder. Talvez se devam criar câmaras municipais para eles, como foram criadas para os indianos (a quem os revolucionários negros querem matar). Eu disse claramente o que pensava dos afrikaners, a eles próprios, em conversas em “Jo’Burg”, como chama a cidade mais civilizada do país (Johannesburg), mas fui forçado a reconhecer as realidades de poder acima. Há situações para que simplesmente não exista uma solução clara e sentimentalmente satisfatória.
22.11.11
913. Assim falou Paulo Francis (3 de 10): África do Sul
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